terça-feira, 20 de novembro de 2007

GUIA DE PRANCHAS SNAP



As pranchas SNAP são fabricadas com os melhores materiais disponíveis no mercado.
Aqui nesse guia estamos presentando informações que você precisa saber na hora de encomedar sua prancha.

Fundamentos Básicos


Para shapear uma prancha é necessário entendê-la como um conjunto de detalhes muito sutis. Qualquer mudança em sua forma por, menor que pareça, pode alterar totalmente o desempenho da mesma.
O shape pode ser dividido em seis partes: shape plano, curva, fundo, espessura, bordas e quilhas.
Cada uma delas tem influências distintas em diferentes partes da prancha – como indica a figura (A, B, C) – que por sua vez têm funções destacadas em momentos específicos da onda.

A - É responsável pela direção, influencia mais durante as manobras. É o ponto de maior contato coma água.

B - É a conexão de todos os detalhes que se transformam de A até C. Este ponto define o wide point (largura máxima), a espessura, o balanço e o fluxo de água, além de direcionar o movimento de pé dianteiro.

C - É a parte de menor influência, por ter menos contato com a água. Mais utilizado na hora de entrar nas ondas e no nose riding com longboards. Sua função é ser a entrada do fluxo de água.

Tamanho

O Tamanho da prancha corresponde ao biotipo do surfista e ao tamanho da onda a ser surfada.

Outline


É a linha externa que define a prancha. Existem várias medidas para determinar o outline da prancha. A largura no bico (a 12" da ponta) - o wide point pode estar a frente ou atraz do centro - e a largura na rabeta (a 12" do extremo).
  • Curvo
    Mais solta, menor projeção
  • Paralelo
    Menos solta, maior sensibilidade
  • Largo
    maior flutuação, menor sensibilidade
  • Estreito
    menor flutuação, maior sensibilidade

Wide Point


É o ponto onde se encontra a largura máxima da prancha.
Se o wide point está 3" atráz do centro da prancha, deixa as trocas de bordas mais rápidas e produz manobras mais suaves.
Se o wide point coincide com o centro da prancha, há um equilíbrio entre manobra e direção.
Se o wide point está 3" adiante ao centro da prancha, ela fica mais dura e as manobras são abertas.

Rabeta


A rabeta é um dos detalhes mais visíveis da prancha e com mais variantes.

Squash – é a rabeta mais usada por ser a mais compatível com o surf atual. Além disso, com ligeiras modificações, pode ser aplicada a qualquer tipo de prancha, unindo, assim, as características de todas as outras rabetas.

Pin Tail – por direcionar toda a manobra a partir de um só ponto, deixando-as muito abertas e necessitando de muito volume de água para realizar as trocas de borda, são usadas em pranchas acima de 7’ para ondas grandes, ocas e rápidas.

Roun Pin – uma variante da PinTail, por sua vez, possui maior aderência e projeção, o que a faz mais adequada para ondas de tamanho médio e/ou tubulares (Hawaii e Indonésia).

Swallow – é a rabeta que permite maior quebra de linha. Funciona como se a prancha tivesse um duplo pin tail e por isso a direciona de cada uma das pontas, deixando a prancha bem solta. É utilizada para onda gorda e cheia, permitindo maior sustentação e agilidade.

Wings – são utilizados para ajustar o outline do meio com a rabeta em pranchas pequenas e largas. Ajuda a reduzir a área da rabeta, permitindo a troca de bordas em espaços reduzidos. Geralmente são usados com rabeta swallow.

Por sua vez cada rabeta pode ter as seguintes variações:

  • Estreita – manobras mais seguras e fortes.
  • Mais Larga – manobras suaves e de maior sustentação.
  • Mais Redonda – manobras mais suaves e abertas.
  • Pontiaguda – manobras mais agudas e quebradas.

Bico


Uma prancha com área menor no bico ganha sensibilidade, mas perde sustentação
Nas pranchas convencionais, o bico não tem diferenças significativas, nem muita utilidade por ser a parte com menor contato com a água. Porém, o mesmo não é verdade para o longboard. A forma do bico pode fazer com que a prancha ganhe em área. Um bico com maior área agrega sustentação, facilita a entrada nas ondas, produz maior estabilidade, mas prejudica a manobrabilidade.

Curva de Fundo / Rocker


É um dos aspectos mais importantes no desenho da prancha, pois controla o fluxo de água. Quanto mais acentuada a curva, menor o fluxo de água (mais lenta a prancha), maior manobrabilidade. Quanto menos acentuada curva, maior o fluxo de água (mais rápida a prancha), menor manobrabilidade.

A
– com mais curva: manobras mais curtas, maior sensibilidade, menor projeção, menor velocidade.

B
– com menos curva, maior velocidade, maior projeção, manobras mais abertas, menor sensibilidade, menor manobrabilidade.

C – mais curva na rabeta: perde velocidade, ganha em verticalidade, manobras mais curtas, perde em projeção. Serve para quem exerce muita pressão no pé dianteiro. Neste caso, a curva no bico deverá ser reduzida para garantir projeção e velocidade.

D – com menos curva na rabeta: manobras mais abertas, ganha em velocidade e em projeção, perde verticalidade. Serve para quem exerce muita pressão no pé traseiro. Estes surfistas se caracterizam por controlar a prancha com muita agilidade, porém com pouca velocidade e projeção nas manobras.

E – com mais curva no bico: utilizada em ondas tubulares porque facilita o drop. Reduz o fluxo de entrada de água e, portanto, dificulta a entrada nas ondas.

F – com menos curva no bico: utilizada em ondas gordas, facilita a entrada nas ondas.

Fundo / Bottom


É a configuração da parte de baixo da prancha em sentido transversal, a dizer, de uma borda a outra (tendo em conta como centro a alma). O fundo apresenta diversas variantes geralmente combinadas.

Fundo em “V” – facilita a troca de bordas, deixando a prancha mais solta. Se for usada com excesso em uma parte inadequada da prancha, pode perder velocidade e tirar pressão das manobras. Normalmente usados entre as quilhas, sobretudo em pranchas com bastante volume.

Duplo Côncavo (double concave) – é uma variante do côncavo (concave). Que pode ser aplicado a qualquer tipo de fundo agregando pressão e velocidade.

Fundo Flat – é o intermediário entre o côncavo (concave) e o “v”. Aumenta a pressão do “V” e atroca de bordas do côncavo (concave). Normalmente usado desde o wide point até o bico em todo o tipo de pranchas, já que se adapta a uma enorme quantidade de condições.

Canaletas – Canaliza o fluxo de água, dirigindo-o em linha reta, aumentando a velocidade e projeção, deixando a prancha mais dura.

Côncavo (concave) – oposto ao fundo em “V”. Aumenta a pressão e velocidade do fluxo de água, canalizando-o. Deixa a prancha mais dura, precisando de mais curva para não perder manobrabilidade. Usado em pranchas finas, na altura do wide point.

Distribuição de Volume / Foil


Para obter um volume total de uma prancha é necessário ter em conta as seguintes variáveis: espessura das bordas e a espessura da alma. São duas variáveis que influenciam diretamente na flutuação, permitindo a prancha parecer mais fina por ter uma borda fina ou um bico fino e, ao contrário, a espessura da alma grossa, equiparando, assim o volume (dome deck).

Por outro lado, as pranchas finas na alma resultam em bordas proporcionalmente mais grossas (flat deck).

A distribuição da espessura influi na sustentação e sensibilidade. Uma má distribuição de volume pode prejudicar totalmente o desempenho da prancha.

A parte traseira da prancha deverá ter proporcionalmente mais volume, pois é ali que se concentra o peso do surfista.

Perspectiva Transversal


Dome Deck – é o tipo de deck mais utilizado atualmente, resulta em bordas mais finas que proporcionam maior sensibilidade e segurança nas partes críticas da onda. Este tipo de deck faz-se notar mais no centro da prancha até o bico, sendo mais suave na rabeta, pois ali precisamos de bordas proporcionalmente mais grossas para garantir a sustentação.

Falt Deck – muito usado anos atrás, não é mais quase utilizado nos dias de hoje por causa das condições de surf atual. Agrega estabilidade e deixa a prancha mais dura. Usado em algumas rabetas de pranchas e em longboards, assim como em pranchas para crianças.

Distribuição de Densidade


A distribuição de densidade varia de acordo com o estilo do surfista (perspectiva longitudinal).

A - Peso / Força na base traseira – deverá ter mais espessura na rabeta do que no bico. Esta distribuição é utilizada para surfistas de grande habilidade, que reduzem volume no bico, sacrificando a capacidade de remada e deixando o bico mias solto nas manobras.

B - Peso / Força na base dianteira – a prancha deverá ter uma distribuição equilibrada na rabeta e no bico, com as bordas mais grossas no wide point.

C - Peso / Força distribuídas – a prancha deverá ter uma distribuição equilibrada nas bordas e alma.

D – Volume na parte dianteira – é o oposto ao primeiro item, tanto em estética como em funcionalidade. Sacrifica a manobrabilidade por uma maior capacidade de remada, ajudando o surfista de pouca habilidade e força.

Bordas / Rail


São as laterais das pranchas que cortam a água, controlam as viradas e a saída de água.

Bordas Grossas – evitam que a água suba o deck, deixando a prancha mais fora da água. Usadas em ondas gordas para meninas.

Bordas Finas – penetram na água, produzindo mais sensibilidade. Utilizadas em ondas ocas e grandes. A borda se mede em três pontos que a definem: edge, centro, espessura.

Low – proporciona manobras rápidas, cortantes e seguras. Agrega sensibilidade, deixa subir muita água no deck, travando a prancha em alguns momentos. Normalmente usadas em ondas grandes ou tubulares e em ondas pequenas e médias. Empregada desde o bico até o wide point.

Box – adotada por surfistas leves, em pranchas finas, normalmente menores do que 5’10’’. Acompanhada de flat deck, é usada desde o wide point até o bico.

High – a mais utilizada na rabeta da prancha, agregando projeção. Velocidade e sustentação. Boa para ondas pequenas e médias

Sharp – usada na rabeta, esta borda é a que mais entra na água, proporcionando maior segurança e controle nas ondas grandes ou tubulares.

Edge


É o ponto onde se encontram o fundo e a borda. Tem enorme importância, já que controla a saída de água e conseqüentemente a sensibilidade, velocidade, aceleração, projeção e direção. O edge sempre varia do Hard nas últimas 12’’ da rabeta até Soft, do wide point até o bico.

Hard
– agrega projeção, velocidade, direção e aceleração, deixando a prancha mais dura. Recomenda-se usá-la somente na rabeta, para não perder mobilidade. Boa pra qualquer tipo de onda. É a parte responsável pela quantidade de água jogada pela prancha durante as manobras.

Soft – agrega mobilidade e facilita as trocas de borda. Quando usada na rabeta, perde projeção e velocidade, por isso deve ser usada do bico até o wide point e, progressivamente, transformar-se em Hard nas últimas 12’’ da rabeta.

Quilhas / Fins


A função das quilhas é absorver a energia do fluxo de água, dando direção e agregando pressão e velocidade.
Existem vários sistemas de quilhas, dos quais vamos nos deter em três:

Monoquilha / Single Fin – manobras mais abertas e maior aderência. Atualmente usada só em longboards, proporcionando manobras clássicas e maior aderência durante o noise, já que nesse momento praticamente cessa a pressão sobre as quilhas. Também empregada em guns para ondas de mais de 20 pés, quando o controle é mais importante do que a manobrabilidade.

Biquilha / Twin Fin – mais mobilidade do que a monoquiha, mas menos controle e precisão. Praticamente não é mais utilizada, tem sua maior utilidade em ondas pequenas, agregando liberdade à rabeta. Em ondas mais fortes, dificulta a verticalidade.

Triquilha / Thruster – é o sistema usado em quase todas as pranchas produzidas atualmente, pela sua melhor performance e versatilidade.

Comprando sua primeira prancha

A compra de uma prancha sempre é marcante na vida de um surfista. A expectativa é enorme. Qual prancha levar? Marca? Tamanho? Tipo de rabeta? Com a posibilidade de comparar a variedade de opções disponíveis hoje, comprar um foguete pronto em uma surf shop pode ser uma boa opção. A seguir alguns toques para ajudar na hora da decisão.


* Se você for iniciante, não tente escolher sua prancha sozinho. Vá com um amigo experiente ou procure uma loja que tenha funcionários treinados.

* Não compre a prancha apenas pelo visual. O mais importante é que ela seja adequada ao seu peso, tamanho, nível de surf e, muito importante, tipo de onda que você pretende surfar.
* Checar a qualidade é fundamental. Nem sempre a prancha mais leve é uma boa. A não ser que você seja profissional, não sacrifique resistência. É melhor levar uma prancha mais pesada, que vai durar mais.

* Enquanto estiver olhando a prancha, aproveite para conferir se as emendas do tecido, bordas e edges não estão danificados. Outra indicação é ficar ligado na formação de pequenas bolhas na base, elas demonstram falta de cuidado no acabamento. Atenção especial se o acabamento final for Speed Finish ou fosco. São opções mais em conta, porém podem esconder defeitos no glass. Assim como as pinturas, que dificultam a detecção de pequenas imperfeições.

* Uma prancha branca sempre durará menos, por causa de exposição do bloco e resina ao sol. Se tiver oportunidade, compre uma prancha pintada.

* 100 reais pode parecer uma ótima economia na hora da compra. Mas lembre que uma prancha de qualidade representa maior durabilidade, maior valor de revenda e garantia que só materias de primeira foram usados na fabricação.

* Antes de sair da surf shop correndo para o mar, veja se a prancha tem garantia. No caso de um problema, como, por exemplo, seu foguete ficar toda amassada em uma semana, você vai ter a quem recorrer.

Cuidados com a prancha

Não é só a sua gata que precisa de carinho e atenção. Uma bóia bem conservada rabisca as paredes muito melhor e mantém seu valor de mercado por mais tempo.

A primeira dica é nunca deixar sua prancha sob o sol forte e sempre usar uma capa protetora. A exposição constante ao sol fragiliza o glass (revestimento), amarela a prancha e favorece o aparecimento de rachaduras.
Outro toque básico é lavar a prancha com água doce depois de cada queda. Por mais que ela seja feita para deslizar sob água salgada, o sal que fica acumulado na prancha também pode comprometer o glass. O que significa rachaduras. E em pranchas de surf rachaduras se transformam em buracos consideráveis em pouco tempo.

DICAS

  • Use biqueira para proteger o bico de sua prancha, você e os outros surfistas

  • Tome bastante cuidado ao por sua prancha em pé no chão

  • Coloque sua prancha em uma capa sempre que viajar ou for até a praia surfar

  • Use quilhas de encaixe para maior segurança nas viagens

  • Sempre cheque seu rack mais de uma vez antes de sair com o carro, para ver se sua prancha está bem presa

  • Cheque novamente o rack Ver um caminhão estraçalhando sua bóia pelo retrovisor não é das imagens mais bonitas

  • Quando for viajar de avião providencie proteção extra para o bico e a rabeta. E trate de decorar sua capa com aqueles adesivos com a inscrição "Frágil".

  • Conserte as avarias em seu foguete o mais rápido possível

  • Nunca coloque peso sobre a prancha, principalmente sobre as quilhas

  • Não coloque sua pranchas sobre a outra sem uma proteção entre elas. A parafina de uma pode grudar no botton (fundo) da outra e atrapalhar a fluidez nas ondas.

  • Aproveite para trocar sua parafina quando ela estiver escurecendo ou em excesso.

  • Evite emprestá-la. Prancha e mulher não se divide nem com o melhor amigo.